23 de novembro de 2012

Uma banda de rock.



Somos uma banda de rock. 
Por mim, bastaria como descrição. Mas, hoje em dia não se acredita muito nisso. 
Citando dois caras que já morreram: 
Dizia Raul Seixas – que viveu estas palavras –, que rock é um jeito de pensar, de andar, de agir, de fazer e viver música, uma forma particular e, ao mesmo tempo, universal de amar, de odiar, de sentir o doce e o amargo, de ficar triste e de experimentar o êxtase, um jeito de ser imortal e de ser efêmero de uma só vez, de viver no inferno e encontrar o paraíso, de errar, de acertar, de ser, de estar, de morrer... enfim, rock é um jeito de estar vivo.
Já o velho alemão pirado tinha nos proposto há mais de cem anos que a música é o grande catalisador das experiências de transcendência do existir banal e cotidiano para sentir de maneira profunda uma realidade essencialmente estética, una e atemporal. A vida sem ela é um erro. Estou falando de catarses coletivas, epifanias, êxtases fantásticos e esse tipo de coisa, saca? Rock é isso, cara.
A impressão que tenho é de que não se acredita muito nisso nos nossos tempos. Não estou dizendo que todos estão errados, veja bem; nunca descarto a possibilidade de estar eu mesmo errado, pois creio radicalmente na ideia de que não há nada cem por cento garantido. Explico em paródia a um trecho bíblico:
“E conhecereis a dúvida. E ela vos libertará.”
De qualquer forma, percebo hoje uma superficialização muito grande de tudo. Tudo é só do lado de fora. Mas não vou nem entrar muito nesse mérito. Na verdade, não adianta ficar resmungando e se lamuriando. Sou mais de pensar nas soluções em vez de pensar nos problemas.
Só queria que quando eu disser “somos uma banda de rock” você entenda que é disso tudo que eu estou falando. Isso tudo é o que significam estas palavras quando vêm da minha boca.

Pois é o que somos: uma banda de rock.

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Rock and Roll. O bom e velho.