Somos uma banda de rock.
Por mim,
bastaria como descrição. Mas, hoje em dia não se acredita muito nisso.
Citando
dois caras que já morreram:
Dizia Raul Seixas – que viveu
estas palavras –, que rock é um jeito de pensar, de andar, de agir, de fazer e
viver música, uma forma particular e, ao mesmo tempo, universal de amar, de
odiar, de sentir o doce e o amargo, de ficar triste e de experimentar o êxtase,
um jeito de ser imortal e de ser efêmero de uma só vez, de viver no inferno e
encontrar o paraíso, de errar, de acertar, de ser, de estar, de morrer... enfim,
rock é um jeito de estar vivo.
Já o velho alemão pirado tinha
nos proposto há mais de cem anos que a música é o grande catalisador das
experiências de transcendência do existir banal e cotidiano para sentir de
maneira profunda uma realidade essencialmente estética, una e atemporal. A vida sem ela é um erro. Estou
falando de catarses coletivas, epifanias, êxtases fantásticos e esse tipo de
coisa, saca? Rock é isso, cara.
A impressão que tenho é de que
não se acredita muito nisso nos nossos tempos. Não estou dizendo que todos
estão errados, veja bem; nunca descarto a possibilidade de estar eu mesmo errado,
pois creio radicalmente na ideia de que não há nada cem por cento garantido.
Explico em paródia a um trecho bíblico:
“E conhecereis a dúvida. E ela
vos libertará.”
De qualquer forma, percebo hoje uma
superficialização muito grande de tudo. Tudo é só do lado de fora. Mas não vou
nem entrar muito nesse mérito. Na verdade, não adianta ficar resmungando e se
lamuriando. Sou mais de pensar nas soluções em vez de pensar nos problemas.
Só queria que quando eu disser “somos
uma banda de rock” você entenda que é disso tudo que eu estou falando. Isso tudo
é o que significam estas palavras quando vêm da minha boca.
Pois
é o que somos: uma banda de rock.
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Rock and Roll. O bom e velho.