23 de dezembro de 2011

Folhas No Estúdio


Três vozes. Viola caipira, percussão, baixo e... Violoncelo!?  Quem olha não vê de cara uma banda de rock. Mas é. Formada por João Leonardo "o Vazio", Tamires Borba, Jeziel de Oliveira, Rafael Monteiro e Filipe Bonan, trata-se de uma autêntica banda de rock que não usa a formação clássica "baixo-guitarra-bateria-teclado-etc". Talvez não agrade aos xiítas do metal, mas costuma fazer belas apresentações por onde passa.
O conjunto Folhas no Quintal está em gravação e lançará, no início do próximo ano, um EP com quatro músicas: "Conversa pra Boi Dormir", que já é um clássico do conjunto, "Folhas no Quintal", que é um som bem tropicalista e é a canção que dá nome ao conjunto, "Oh, Pessoa Vazia!", que é uma canção dramática e debochada ao mesmo tempo, com uma sonoridade muito peculiar, e, fechando o CD, "Fechem as Cortinas e Derrubem o Palco", que mostra bem a veia rock and roll deste conjunto pitoresco de influências múlptiplas e sonoridade diferenciada. As composições são carregadas de muita diversidade e as letras são interessantes e reflexivas. Folhas no Quintal está sendo classificado como "Folk Rock" ou como "Rock Rural" (à moda de Sá, Rodrix e Guarabyra), mas, na verdade, creio que se trata de um conjunto de rock, de blues e de música brasileira, que está desenvolvendo, a partir de sua formação exótica, uma linguagem própria e, neste disco, está dando um passo adiante neste sentido. Um conjunto de membros experientes, mas que tem pouco tempo de estrada e está muito bem colocado em busca de uma sonoridade própria e original. Parece que vamos ouvir falar bastante destes caras em 2012.

http://www.myspace.com/video/rid/110869275

Texto escrito por Casimiro Ramirez, 
publicado originalmente no blog do COLETIVO SERRA ELÉTRICA, de Nova Friburgo-RJ.

20 de dezembro de 2011

A Inevitável Bolha


Eles vêm andando em fila,
Desfilando seus sorrisos vazios...
Eles vêm andando em fila,
Disfarçando seus desejos vadios...
A omissão dos inocentes causa mortes por toda parte.
A opressão silenciosa é viciada, lasciva e estonteante.
A bolha é inevitável.
A bolha é insaciável.
A bolha é onipresente, onde houver gente
Será possível sentir o seu bafo quente...
Todo mundo sabe que somos boiada.
Ninguém conhece o dono da fazenda.
Todo mundo sabe que somos boiada.
É o preço pela segurança e a propriedade privada...
Tateando na escuridão da prepotência, seguem uma luz brilhante.
Em direção à ruína cega do inseto numa lâmpada incandescente...
A bolha é inevitável.
A bolha é insaciável.
A bolha já faz parte da gente, onde houver gente
Seus tentáculos vão estar sempre presentes...
Desde que a gente nasce,
Ela vai dissolvendo a gente.
E a gente vira parte dela.
Se correr a bolha pega,
Se ficar, a bolha engole.
Ela é inevitável.